segunda-feira, 4 de outubro de 2010

AMBIÇÃO BRACARENSE DESMORONOU XADREZ TÁCTICO

Benfica 1-0 Sporting de Braga

O duelo em tons de vermelho deu a ideia de estar a ser jogado num tabuleiro de xadrez, em que os dois treinadores tentaram, numa fase inicial, antecipar a jogada do adversário, para depois irem reagindo ao desenrolar do acontecimentos.
Foi um jogo muito táctico aquele a que se assistiu no Estádio da Luz, entrando melhor o Sporting de Braga, apesar do maior domínio e caudal ofensivo do Benfica. E como é possível uma equipa estar a ser dominada, mas apresentar-se melhor que o oponente?
Domingos Paciência começou por anular aquela que é a principal força atacante do Benfica neste início de época: Fábio Coentrão. O técnico bracarense colocou Leandro Salino sobre a direita, para tapar as investidas do lateral esquerdo benfiquista, e rodou Alan para o lado esquerdo do ataque, de forma a que este aproveitasse a menor velocidade de Maxi Pereira, em jogadas de contra-ataque.
Durante grande parte do primeiro tempo, o uruguaio Luis Aguiar foi outra das peças fundamentais no controlo da partida por parte dos bracarenses. Jogou numa posição mais central do ataque, não com a missão de ser ponta-de-lança, mas sim para dificultar a primeira fase de construção do Benfica, colocando-se entre os centrais e Javi Garcia.
Com as laterais tapadas e com a zona central pressionada, o Benfica tinha dificuldades em iniciar a transição ofensiva, ainda para mais quando nem Gaitán, nem Carlos Martins davam largura ao jogo benfiquista. De resto, seriam Gaitán e Aimar a serem obrigados a baixar no campo, para receber a primeira bola dos centrais, saindo depois em posse, perante a falta de soluções nas laterais.
Desta forma, o Sporting de Braga controlou o jogo sem bola, dando a iniciativa ao adversário, que dominava completamente a posse, mas apenas criava oportunidades em jogadas individuais.
No entanto, quando Domingos tentou dar maior projecção ofensiva à sua equipa, com a entrada de Paulo César para o lugar de Hugo Viana, acabou por destruir a estrutura do meio campo, obrigando Salino a aproximar-se mais da zona central, no apoio a Andrés Madrid.
E foi precisamente nessa fase que Fábio Coentrão aproveitou a liberdade concedida por Salino, que tinha caído sobre Aimar na zona central, combinou com Saviola e apareceu o golo de Carlos Martins.



Sem comentários: