sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A holandização do Real Madrid

Depois do Barcelona, com jogadores como Bogarde, Frank e Ronald de Boer, Kluivert, Cocu, entre outros, é a vez do Real Madrid apostar em atletas do país das túlipas. Só nesta temporada, o gigante espanhol contratou Arjen Robben (ex-Chelsea), Royston Drenthe (ex-Feyenoord) e Wesley Sneijder (ex-Ajax), juntando-os ao goleador Ruud Van Nistelrooy , que já fazia parte do plantel desde a temporada passada.
Os valores astronómicos pagos por estes 3 jogadores não deixam dúvidas de que a aposta do Real para esta época é forte. Muito forte! E, depois do futebol mais táctico de Capello, espera-se que estes 3 jogadores ajudem a equipa a practicar um futebol mais atractivo.

Arjen Robben, 23 anos, canhoto, é um extremo à moda antiga, o chamado «ponta». Jogador de excelentes recursos técnicos, gosta de jogar colado à linha, de preferência no lado esquerdo do ataque. Apesar de ser canhoto, também se expressa bem do lado direito, de onde parte para o meio e tenta o remate.
O ex-pupilo de José Mourinho vem atravessando uma fase negra na sua curta carreira, por causa das constantes lesões que o têm apoquentado. Talvez, por causa disso, ainda não tenha conseguido confirmar todas as expectativas que se criaram na primeira época no emblema londrino, onde chegou proveniente do PSV Eindhoven e onde foi apontado como um dos mais promissores jogadores do futebol europeu.
Agora, depois de três épocas em Stamford Bridge, tem a possibilidade de relançar a sua promissora carreira, beneficiando do facto do Real Madrid necessitar de um canhoto puro para o lado esquerdo do seu meio-campo/ataque.


Royston Drenthe, 19 anos, é igualmente canhoto e jogava no Feyenoord.
À primeira vista, para quem não o conhece, confunde-nos por ser uma cópia quase perfeita de Edgar Davids. Mas não é só no visual que se assemelha ao médio internacional holandês. A forma de jogar é igualmente idêntica. A velocidade, a técnica, a garra e a determinação com que aborda cada lance fazem-nos relembrar aquele que é um dos dos melhores médios holandeses de todos os tempos.
No Feyenoord, Drenthe actuava no lado esquerdo do meio-campo, não sendo no entanto um extremo. Tal como Davids, que no Ajax era o médio esquerdo de um meio-campo com 3 unidades, parece-me ser nesta posição, e não colado à linha, que Drenthe poderá explorar todas as suas características.
No actual Real Madrid, Bern Schüster têm-lhe dado o lugar de lateral-esquerdo, posição que também conhece, embora não seja essa a sua posição predilecta. O grande problema de Drenthe, é que Schüster tem apostado num meio-campo a 4, sendo dois deles médios-ala, e que conta com Diarra, Guti, Sneijder e Gago para fazerem as 2 posições centrais do meio-campo.
Já este ano, ajudou a selecção holandesa a conquistar, pelo 2º ano consecutivo, o Campeonato da Europa de Sub-21, sendo considerado o melhor jogador do torneio.
É um jogador a não perder de vista!


Por último, Wesley Sneijder, médio-centro de 23 anos, proveniente da famosa escola de formação do Ajax. Estreou-se na primeira equipa do clube de Amesterdão em Dezembro de 2002, pelas mãos do então treinador Ronald Koeman. Tinha apenas 18 anos!
Em 2004, recebeu o prémio de Melhor Jovem Jogador e, na temporada passada, foi considerado o melhor jogador do Campeonato Holandês, confirmando todo o seu potencial. A qualidade demonstrada em campo abriu-lhe as portas do Real Madrid que gastou cerca de 27 milhões de euros na sua contratação e, depois do que se tem visto neste início de época, ninguém pode dizer que foi dinheiro mal gasto. O médio já conseguiu conquistar os adeptos «merengues» com as excelentes exibições protagonizadas e os golos marcados. Apesar de não ser um goleador, Sneijder é, neste momento, o melhor marcador do campeonato espanhol com quatro golos, dois deles apontados na goleada por 5-0 ao Villarreal.
Pode-se dizer que é um médio completo, um box-to-box que joga bem com os dois pés, com excelente cultura táctica, precisão no passe e possuidor de um remate colocado e poderoso. Além destes atributos, possui uma extraordinária precisão na marcação de livres directos, que lhe valeu alguns golos no Ajax e agora no Real.
Actualmente, o seleccionador holandês, Marco Van Basten, não prescinde do seu contributo no onze titular da «laranja mecânica».
Será um dos grandes médios da próxima década.

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