sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O guerreiro uruguaio

Benfica x Boavista; 91 minutos de jogo: Cristian Rodríguez corre em direcção a um defesa adversário que tem a bola, pressiona, insiste e rouba-lhe a bola junto à área dos axadrezados, como se fosse o último lance disputado na sua vida; de imediato entrega a bola a Bergessio que lha devolve, entra na área e é derrubado pelo guarda-redes adversário. Penalty!
Para muitos, este seria apenas um simples relato de uma jogada durante um jogo, em que uma equipa procura o golo da vitória a todo o custo. Resta apenas dizer que nesta fase do jogo o Benfica já vencia...por 6-1!
É esta a imagem de marca de Cristian «Cebolla» Rodríguez.

Apareceu para o futebol no Penãrol, mítico clube do Uruguai, em 2002 , com apenas 17 anos. Por lá se manteve durante três anos. No clube uruguaio conquistou o título de campeão em 2003 e passou a ser visto como uma das grandes promessas daquele país.
Em 2005, o PSG abriu-lhe as portas da Europa. Na equipa francesa foram poucas as oportunidades que os vários treinadores que passaram pelo clube lhe deram. Rodríguez via assim a ambição de singrar esbarrar na intransigência dos técnicos que teimavam em prendê-lo ao flanco esquerdo do meio-campo. Outrora grande promessa, passou a não-convocado para muitos jogos.
No entanto, a poucos dias do fecho do mercado de transferências de 2007, o Benfica, com o aval do seu treinador, decidiu apostar em Rodríguez. Foi o ressuscitar daquela grande promessa que apareceu nos relvados uruguaios com tenra idade.
No actual sistema de jogo do Benfica, José Antonio Camacho não prescinde de Rodríguez. O jogador uruguaio sente-se útil à equipa e o seu futebol flui de uma forma impressionante. Camacho, tal como os anteriores treinadores de Rodríguez no PSG, também o encosta ao flanco esquerdo. A diferença está na liberdade de movimentos que o jogador passou a ter na equipa lisboeta. Começa os jogos encostado à esquerda, mas, com o desenrolar da partida, são várias as vezes que aparece no centro e na direita do terreno, baralhando as marcações adversárias.
Rápido, dono de um excelente pé esquerdo, conduz a bola com a sua canhota como se esta fosse colada ao seu pé. E, apesar de ser um jogador tecnicista, é igualmente um batalhador. Na hora de defender, veste o «fato-de-macaco» e não desiste dos lances, recupera incontáveis bolas durante os jogos e entrega-as jogáveis aos seus companheiros de equipa. Para Cristian Rodríguez o jogo só termina quando o árbitro apita para o final.
É já considerado, pela sua garra, determinação e empenho, aquilo que muitos benfiquistas apelidam a alguns jogadores que passam pelo clube: um jogador «à Benfica».

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